Hoje faz exatamente 1 ano que eu voltei pra terrinha depois do intercâmbio. Desde então, foram várias as vezes que a minha mãe perguntou quando eu iria atualizar o blog, já que sempre que ela entrava, encontrava o “!Hola!” do post aí de baixo.
Finalmente, há um tempo atrás, eu decidi fazer um post final, para finalizar o relato da minha experiência. Como já havia se passado muito tempo, resolvi postar meu texto final (pelo menos sobre esse assunto) em uma data significativa – o dia 18, “aniversário” de 1 aninho da minha aventura!
Pra dizer a verdade, pensei em outras datas interessantes antes, mas o dia passava sem que eu me lembrasse de escrever! hehe Anyway, vou começar. Pra evitar que os parágrafos fiquem sem nexo, já que são tantas coisas pra contar, que não têm necessariamente relação uma com a outra, vou separá-los que nem a Cora Ronái fez no Globo de hoje (lendo o jornal que o tio Bruno deixou aqui em BSB!).
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Logo assim que minha mãe e o guga foram nos visitar lá na Inglaterra, passeamos tanto, num ritmo tão frenético, na maior vibe “temos que aproveitar cada dia!”, que eu literalmente não tinha tempo pra postar aqui. Pra vcs terem uma ideia, o guga chegou a passar mal um dia!
Eles passaram poucos dias lá, mas nós aproveitamos o máximo que pudemos (nosso – ou meu – planejamento era bem mais punk do que o que a gente efetivamente conseguiu pôr em prática!). Simplesmente precisávamos dormir até mais tarde ou ficar de bobeira em 2 ou 3 ocasiões. Foram dias muito agradáveis; nós curtimos bastante!
Depois que vieram embora, eu fiquei meio tristinha e quieta no meu canto. Logo depois disso, o tio Kareca, a Gê e o Nortinho embarcaram pra Madri onde passaram as férias de verão. Fui convidada e não perdi a oportunidade de passar mais tempo na capital espanhola, dessa vez com bem mais tempo – e no verão!
Fiquei por lá até dia 16, se me lembro bem... acho que deixei um dia só pra arrumar as malas antes de vir embora. Aliás, aquele dia foi um dia memorável... Comecei cheia de esperança juvenil achando que conseguiria colocar tudo dentro das minhas 2 malas. No final da primeira – ou talvez tenha sido já na metade -, me desesperei e liguei pra minha mãe: “SOCORRO! Não vai caber tudo!”.
Foi um sufoco enorme. O meu tio me ajudou, sentou numa das malas, ficou em pé em cima dela e nada da gente conseguir fechá-la. No fim das contas, ele me levou pro aeroporto na madrugada seguinte (o voo saía por volta das 6) com as tais 2 malas mais uma reserva pro caso de não autorizarem excesso de peso. Dito e feito, precisamos abrir as bagagens próximo ao guichê da TAP e redistribuir minhas coisas nas 3 malas. Foi pura sorte minhas coisas terem chegado intactas já que uma das malas veio sem cadeado!!!
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Graças 'a nossa, digamos, colonização norte-americana, eu cresci vendo filmes de High School e acabei cultivando um desejo de estudar fora. Como o tempo foi passando, meu "high school dream" chegou um tanto atrasado! E assim que passei no vestibular comecei aprofundar minhas pesquisas sobre intercâmbio. Dia 26 de Dezembro de 2010 embarquei lá do Galeão, com direito a comitiva pra me dar tchau e me ver chorar e tudo mais! =P
Ao invés de estudar no equivalente ao ensino médio (por motivos óbvios), fui parar numa escola de inglês, a Kaplan. Hoje vejo que teria sido melhor estudar com native speakers, por conta do aprendizado da lingua; ainda assim não me arrependo.
Estudei inglês com pessoas dos mais variados sotaques, conheci gente de vários países, aprendi sobre a cultura e os costumes dessas pessoas, fiz amizade com algumas delas, com quem tenho contato até hoje! Volta e meia me pego lembrando de alguém ou de alguma situação legal que passei por lá.
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O meu choque inicial com o frio, acordar cedo e dar de cara com um céu escuro que mais parecia de noite, mesmo 'as 6/7 da manhã, o fascínio e posterior raiva da neve e como impedia ou atrasava ônibus e trens foram coisas marcantes. Também foi a primeira vez que eu pude andar sem meu casacão, que eu não aguentava mais usar todo santo dia!
A oportunidade que tive de viver com um povo de cultura diferente da minha e do meu país, as impressões que tinha e revi (ou confirmei)...
A chance de andar sozinha de metrô, trem ou qualquer outro meio de transporte sem ter medo de ser assaltada ou coisa pior, mesmo tarde da noite! Nossa, isso realmente foi único!
Minha querida bici, que foi minha companheira fiel e me trouxe uma sensação de liberdade super legal! Qualquer episódio envolvendo a bike foi ótima - certamente foi uma das coisas que mais me faz falta, principalmente aqui em Brasília onde se depende de carro pra tudo (e eu não sei dirigir ainda).
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A linda Cambridge com gente de todo lugar, até do Brasil, cheia de gente pedalando pra cima e pra baixo - e sendo respeitada enquanto ciclista, coisa que brasileiro (ainda) desconhece.
'As vezes faço planos de voltar lá e revisitar os lugares que eu frequentava, alugar uma bike, andar por todo lado, refazer o caminho que fazia da estação até a escola, go punting no Rio Cam, comprar o cookie do Subway, passar na biblioteca central, do Shopping, ficar horas e horas na Boots... Ai, ai, um dia voltarei!
E Londres tb era onde eu me sentia local! hahaha Andava de metrô ou a pé tranquilamente, só admirando os prédios, os monumentos, as pessoas na rua (people watching é meu hobby!) e me sentindo muito bem!
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Morei na mesma casa que o meu primo, o que foi maravilhoso – quando que eu teria uma oportunidade dessa! Curtir meu primo que mora tão longe, enquanto o resto da família só acompanhava seu crescimento e suas descobertas pelo telefone ou internet - aliás, agora voltei a me encaixar nesse grupo!
Definitivamente, poder vê-lo todos os dias foi a cereja do bolo da experiência toda! Lembro que ele sempre corria até a porta quando eu chegava em casa, e subia a escada rápido quando eu estava no meu quarto pra ficar por lá junto comigo, e tb de como ele descia a escada (com o bumbum! hahaha).
Foi muito difícil despedir dele – estávamos na casa da Silvia e do Felipe, em Madri, e ele estava dormindo ainda (saí de lá bem cedinho pq o voo era de manhãzinha). Tentei não fazer barulho e até que consegui, mas não segurei o choro! Sinto muita saudade. Não vejo a hora de revê-lo e dar muitos beijos e abraços! ^^
A convivência com meu tio querido de quem fui muito próxima desde pequena e de quem sinto muita falta foi outro plus!!! Assistir Friends ou NCIS com ele era frequente. Devo um mundo ao tio Kareca, incluído aí serviço de motorista a qualquer hora do dia, principalmente em condições adversas de tempo! Essa dívida posso começar a pagar quando tirar a carteira (o que tá perto de acontecer!).
E a Gê tb foi dez! Super gente boa e divertida. Não me deixou morrer de fome e fez uma cestinha de Páscoa pra mim! =D Sou imensamente grata aos 3!
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Os lugares que conheci, as fotos que tirei, os micos que paguei, os momentos que vivi, as coisas que aprendi, a confiança que obtive – tudo é assim, mastercard!!!
Não importa o quanto eu escreva, nunca serei capaz de, realmente, transmitir tudo aquilo. Mas tá tudo guardado comigo, pra sempre.
Agora fico por aqui. Não me vejo escrevendo no blog no futuro próximo. Mas pode ser que eu volte a registrar minhas abobrinhas, quem sabe..
Gabi